Deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP), da Assembléia de Deus, foi eleito presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minoras da Câmara com 11 votos, todos de políticos ligados a igrejas; tumulto na sessão; ativistas protestaram nos corredores; ex-presidente Domingos Dutra deixou a sala em protesto contra a eleição; cinco parlamentares o seguiram; deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) fala em recorrer ao STF; Feliciano é contra o direito das mulheres ao aborto, considera que novelas 'demonizam' e defende 'tratamento de saúde' contra a homossexualidade
7 DE MARÇO DE 2013 ÀS 12:03
Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Com os votos apenas de parlamentares da bancada evangélica, a Comissão de Diretos Humanos e Minorias elegeu nesta manhã o deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) para presidir o colegiado. Acusado de homofobia e racismo por defensores de direitos de homossexuais e negros, ele recebeu 11 dos 12 votos dos presentes, um a mais do que o mínimo necessário para ser eleito.
Antes da votação, deputados do PT e do PSOL deixaram a reunião em protesto pela indicação do pastor. O ex-presidente da comissão, deputado Domingos Dutra (PT-MA), disse que vai convocar a sociedade para protestar contra a eleição de Feliciano.
O deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) informou que pretender ir ao Supremo Tribunal Federal para questionar a decisão. "A escolha partidária não pode se sobrepor ao desejo da sociedade", criticou.
Eleito, Feliciano disse que vai propor a criação de um minigrupo para debater "todos os assuntos de forma bem democrática". O pastor acrescentou que vai dar a resposta aos contrários ao seu nome trabalhando em defesa dos direitos humanos de todos os segmentos.
"O trabalho que vamos executar vai mostrar ao povo brasileiro que não sou homofóbico. Caso cometesse esse crime, teria que pedir perdão, primeiramente, à minha mãe, uma senhora de matiz negra", disse o parlamentar. "Quero lembrar que os direitos humanos são fundamentais. Sei o que é ser discriminado, sei o que se passa no nosso país", discursou Feliciano.
Para viabilizar a eleição do deputado evangélico, o PSC teve o apoio do PMDB e do PSDB, que cederam suas vagas na comissão ao partido. Com apenas um membro no colegiado, hoje durante a eleiçã, o PSC tinha cinco deputado membros. O PMDB cedeu duas vagas e o PSDB, mais duas. O partido também recebeu o apoio do PR, do PTC e de um deputado do PSB, o Pastor Eurico (PE) .
A escolha do comando das comissões permanentes da Câmara é feita de acordo com o tamanho dos partidos na Casa. Conforme um coeficiente decidido pelas lideranças, os representantes dos partido fazem as escolhas das comissão que irão comandar no próximo ano. Em 2013, coube ao PSC a 18ª escolha.
Edição: Juliana Andrade
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