Confronto entre PMs e manifestantes terminou com 241 detidos - Rocha Lobo/Futura Press/Estadão Conteúdo |
Medida recorrente para quem conhece manifestações, o uso do vinagre para diminuir os efeitos do gás lacrimogêneo virou motivo de prisão durante o quarto protesto contra o aumento da tarifa do transporte coletivo em São Paulo, realizado nesta quinta-feira (13). Mais de 30 pessoas foram detidas entre as 16h e 17h por portarem o alimento. Elas foram reunidas na Praça do Patriarca, onde a PM (Polícia Militar) montou sua estrutura para a operação.
De acordo com o responsável pela ação, o tenente-coronel Ben-Hur Junqueira, o vinagre representa uma série de riscos em grandes aglomerações de pessoas. Ele chegou a dizer que a substância pode dar origem a uma bomba, embora não tenha dado mais detalhes de como chegou a essa conclusão.
— Estão fazendo mistura de vinagre com outras substâncias, o que pode vir a dar origem a um objeto que pode virar até uma bomba.
Marcado por maior repressão e violência, quarto dia de protesto tem mais de 240 detidos
O oficial não viu também qualquer incoerência em deter pessoas com "perfil de manifestante" e que portassem objetos considerados "suspeitos e incomuns de serem portados". Ele ainda questionou a alegação de que o porte de vinagre dependeria de uma análise técnica mais apurada.
— Não tenho condições de pegar uma garrafa e saber que é vinagre. Pode ter cheiro e cor de vinagre, mas só quem vai dizer com certeza o que é isso é o IC (Instituto de Criminalística). É preventivo o que estamos fazendo [as prisões].
Um repórter da revista Carta Capital foi preso antes da manifestação
justamente por portar vinagre.
Nem mesmo a justificativa de que carregava o produto apenas para evitar os males do gás lacrimogêneo bastou para os policiais. O responsável pelas operações da PM ressaltou a necessidade da ação preventiva.
— Isso até hoje não foi comprovado [efeito do vinagre sobre o gás lacrimogênio]. A polícia não tem até hoje a confirmação de que o vinagre quebra o efeito químico das substâncias que nós usamos. Mas como vou saber que é vinagre? Parece vinagre, mas...
— Isso até hoje não foi comprovado [efeito do vinagre sobre o gás lacrimogênio]. A polícia não tem até hoje a confirmação de que o vinagre quebra o efeito químico das substâncias que nós usamos. Mas como vou saber que é vinagre? Parece vinagre, mas...
Na verdade...
Novo Código Penal em Sampa:
Proibido portar substancias que visam amenizar os efeitos das bombas de gás que a PM lança sobre as pessoas.
Punição: Detenção sem maiores detalhes
Motivo: Inviabiliza ações de higienização, de desocupação ou de simplesmente atender ao interesse sádico da PM de um governo nazista em descer a lenha em qualquer um.
Proibido portar substancias que visam amenizar os efeitos das bombas de gás que a PM lança sobre as pessoas.
Punição: Detenção sem maiores detalhes
Motivo: Inviabiliza ações de higienização, de desocupação ou de simplesmente atender ao interesse sádico da PM de um governo nazista em descer a lenha em qualquer um.
Não sou a favor da truculência policial, mas noto que muitos manifestantes vão a atos que seriam 'pacíficos' munidos de gasolina e com o rosto vendado. O resultado que se vê é claro. A incitação à violência também é crime, mesmo que achem alguma possível justificativa como pretexto. No RJ, onde também ocorreram atos veementes, os manifestantes quebraram abrigos de ônibus e pára-brisas de veículos, pixaram uma igreja colonial e fizeram incêndios em via pública. Não foi em resposta a uma suposta violência policial: foram eles que começaram. A passagem aqui variu de R$ 1,60 em 2004 aos atuais R$ 2,95 - menos do dobro. O salário mínimo no período subiu duas vezes e meia (de R$ 260 aos atuais 675). O pretexto é falso ...
ResponderExcluirIsso ai que vc disse, ao meu ver foi praticado por minorias dentro das manifestações e ampliado pela mídia que quer criminalizar.
ExcluirVolto a repetir, o movimento é legitimo e não são grupos minoritários e raivosos que irão lhes tirar essa legitimidade.
Entendo que por oportunismo eleitoral, alguns partidos de direita e de extrema esquerda "fingem" não ver o esforço do governo municipal em tornar o impacto do reajuste o menor possivel também.
Agora a repressão do Estado principalmente na última manifestação não se justifica num estado de democrático de direito.
A PM do governo tucano, como sempre alias, tratou uma manifestação justa como criminosos, usaram, como sempre métodos talvez vistos somente na época da ditadura - uns mais velhos, afirmam que nem na ditadura se viu repressões a manifestações públicas da forma que foi feito dia 13 - e tem que ser responsabilizado por isto.