O ministro chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, falou sobre o programa Terra forte e o Plano de Prevenção à Violência Contra a Juventude Negra (Juventude Viva).
“O jovem não pode ser suspeito pelo fato de ser negro. Isso é um absurdo e nós sabemos que acontece com muita frequência”
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Juventude Viva
As estatísticas brasileiras são alarmantes. Todo ano nós perdemos um número de jovens que nos deixa apavorados. Em 2010, 26,4 mil jovens morreram por causa da violência. Destes, 19,8 mil são negros. Esse fato, que nos sensibilizou e que deve escandalizar a sociedade brasileira, leva o governo federal a tomar essa iniciativa. Coordenado pela Secretaria Nacional de Juventude e pela de Igualdade Racial, o programa leva ações dos ministérios da Saúde, da Justiça, do Esporte, da Cultura, enfim, é uma série de programas que se conjugam visando sobretudo a prevenção da violência contra o negro, contra o jovem negro, particularmente. E há também um programa que tenta trabalhar uma nova cultura na abordagem policial. O jovem não pode ser suspeito pelo fato de ser negro. Isso é um absurdo, e nós sabemos que acontece com muita frequência.Alternativas
O jovem acaba sendo vítima da violência porque ele mesmo vai por caminhos que não são os melhores. O que nós queremos oferecer aos jovens? Alternativas de estudo, de qualificação profissional, de lazer, no contraturno das aulas, por exemplo, sobretudo para pré-adolescentes. Não é uma panaceia, não vai resolver, de repente, todos os problemas que temos nessa área, mas vai ajudar muito oferecendo alternativas, sobretudo, que permitam aos jovens escolher outro caminho. O programa é focado na juventude porque acreditamos que o jovem, mesmo vindo de condições muito difíceis, se a gente oferece a ele uma esperança de vida e uma alternativa concreta para viver de maneira adequada, terá forças e condições de não ir para o caminho da criminalidade ou que o leve a se transformar em vítima desses processos. O programa consiste numa série de medidas, inclusive com a criação de um equipamento chamado Estação da Juventude, que é um grande espaço onde o jovem encontra informações sobre trabalho, cursos de qualificação, espaço para o lazer e outras atividades que façam com que ele possa, realmente, construir a sua vida.
Terra forte
Analisando a situação dos assentamentos, verificamos que além de entregar a terra e uma primeira assistência técnica aos assentados, seria muito importante dar a eles a possibilidade de agregar valor a seus produtos. O governo federal está destinando R$300 milhões a fundo perdido e mais R$300 milhões do Banco do Brasil para financiamento em geral de longo prazo, a juro praticamente insignificante. Portanto, são R$600 milhões colocados à disposição. [Após] discutir qual é a vocação daquela região (se é a produção de grãos, leite e derivados, hortifruti, enfim, a mais adequada), se dará ao assentado uma orientação para criar cooperativas. Um pequeno agricultor sozinho, sem participar de um coletivo e de uma cooperativa estruturada, tem muito pouca condição de sobrevivência. Em seguida, o BNDES, a Fundação Banco do Brasil e o Incra vão analisar o projeto e começa o processo da chegada do recurso, da construção do equipamento, seja ele qual for, se é um laticínio, se é um benefício de grãos, enfim, e o apoio à comercialização, para que, de fato, o projeto não seja um projeto que, amanhã, não pare de pé.
Projeto-piloto
A cooperativa em Arapongas era uma fazenda que era uma produção de sementes e havia cinco, em 700 hectares, cinco trabalhadores. Hoje, lá estão 92 famílias trabalhando, em torno de 400 pessoas. Portanto, é o tipo do assentamento que deu certo. Um dos obstáculos grandes, para que a gente continue o processo, é o encarecimento da terra no Brasil. Evidentemente não nos interessa a terra que não agricultável. Não adianta a gente cometer a irresponsabilidade de distribuir muita terra e não permitir que o agricultor encontre uma forma de sobreviver. Há muitos assentamentos que se transformaram quase que em favelas rurais. O programa Terra forte é consequência dessa decisão política de fazer a Reforma Agrária dando, de fato, condições para que cada assentamento seja uma referência positiva de como a Reforma Agrária dá certo, é viável e necessária.
O programa é transmitido ao vivo pela TV NBR e pode ser acompanhado na página da Secretaria de Imprensa da Presidência da República
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