quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

As 13 bravatas de Aécio Neves

Aébrio Neves - Rio de Janeiro, Brazil

Por Altamiro Borges
Aécio Neves, o cambaleante presidenciável tucano, até tentou ofuscar a festa de comemoração dos dez anos do PT no governo. Com ampla cobertura midiática, ele usou a tribuna do Senado ontem para listar os “13 fracassos” de Lula e Dilma. Mas seu esforço foi um fiasco. Ele não convenceu nem seus simpatizantes. O discurso foi carregado de ataques, mas vazio de conteúdo e de propostas. Até na mídia privada, que está ouriçada na busca de uma alternativa viável para as eleições de 2014, o senador mineiro foi criticado.


Josias de Souza, o blogueiro oficial da Folha, foi taxativo: “Pode-se dizer que Aécio entrou, finalmente, em campo. Não é pouca coisa. Sobretudo quando se considera o curto-circuito cerebral que desligou a oposição... O mais relevante é notar que Aécio, o centroavante do tucanato, percorreu o gramado sem fazer gol. Não se deu conta de que, como alternativa presidencial, a sua obrigação é oferecer soluções e sonhos”. O discurso de Aécio Neves evidenciou, mais uma vez, que a oposição de direita está perdida, sem rumo.


Como aquele personagem que fica valentão após uma alta dose etílica, ele não reparou que dizia bravatas. Na sua listinha dos “13 fracassos”, ele criticou a área econômica do governo. “Tivemos um biênio perdido com o PIB per capita avançando o minúsculo 1%”; “A indústria [está] sucateada. O setor não tem gerado empregos e, agora, começa a desempregar”; “Destaco a destruição do patrimônio nacional, a derrocada da Petrobras e o desmonte das estatais”.


Quem é o valentão Aécio Neves para falar de PIB minúsculo? O ex-presidente FHC, o seu guru intelectual, quase destruiu o Brasil, com crescimento econômico medíocre durante os seus oito anos de mandato. O país ficou de joelhos para o FMI e quase quebrou. Qual o tucano que tem coragem de falar em geração de empregos e destruição do patrimônio nacional. Só mesmo muito embriagado. Afinal, no reinado de FHC o país bateu recordes de desemprego e as estatais foram entregues na orgia da privataria.


Já no terreno político, Aécio Neves criticou o autoritarismo do PT. Ele até citou a dissidente cubana Yoani Sánchez para alertar sobre o risco de atentados à liberdade de expressão. Logo ele que controla com mão de ferro a imprensa mineira através da sua toda poderosa irmã. Ele também afirmou que “setores do PT estimulam a intolerância como instrumento de ação política”, mas nada disse sobre a truculência dos governos tucanos, que sufocam os legislativos locais e abusam da violência contra as forças opositoras.


E, como não podia deixar de acontecer, Aécio Neves tentou explorar o julgamento do chamado mensalão, afirmando que o PT tem “complacência com práticas que afrontam a consciência ética do país”. Nada falou sobre a compra de votos na reeleição de FHC, sobre a privataria tucana ou sobre seus esquemas sinistros com as estatais de Minas Gerais. A plateia de demotucanos, composta por políticos mais sujos do que pau de galinheiro, aplaudiu sem muito entusiasmo o cada vez mais cambaleante presidenciável do PSDB.

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