Mas pela metade.
“Valério depõe ao MPF e cita Lula, Palocci e Celso Daniel”, diz a manchete do
jornal. Ricardo Brito e Fausto Macedo baseiam-se em relatos de investigadores.
Mas estes não contam o que Marcos Valério teria falado, com detalhes.
O jornal tenta esquentar o que pode ser, segundo o próprio MPF, apenas
um blefe. Fala no título interno em “novo depoimento”, para o depoimento feito
no fim de setembro.
“O novo depoimento pode ser, na avaliação de procuradores, mais uma
manobra estratégica a fim de ele tentar se livrar da severa punição imposta
pelo STF”, diz o texto.
Os repórteres contam que o empresário sempre foi visto pelos
procuradores como um “jogador”. Ele já tinha proposto a Antonio Fernando de
Sousa um acordo de delação, “mas, sem apresentar novidades, o pedido foi
recusado”.
Gurgel afirma que Valério, se queria auxiliar a investigação, deveria
ter se manifestado há mais de um ano, quando a instrução estava em aberto. Mas
juízes ouvidos pelo jornal dizem que novas revelações podem até tirar o delator
da cadeia.
O advogado de Antonio Palocci classifica a menção de “insanidade”. Lula
não vai falar sobre o tema por desconhecer o conteúdo das declarações. O jornal
diz no fim do texto que os “novos relatos” não terão efeito imediato na ação do
mensalão. “As penas continuarão a ser aplicadas”.
ANÁLISE: o Estadão sabe que há grandes chances de ser blefe, mas o
banca.
Isso não aconteceria envolvendo outros assuntos. E por que o jornal dá
manchete, então? Para grudar o nome de Lula ao mensalão.
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