terça-feira, 9 de outubro de 2012

Entrevista advogado de Dirceu no Estadão




Zé Dirceu é o personagem do dia nos jornais. 

Dividindo o espaço com as eleições.

O grande destaque é o Estadão, que faz um texto dos mais equilibrados sobre o tema. É a manchete do jornal. Com espaço para acusação e defesa no caso dos três réus do núcleo político. A edição é similar no caso de José Genoíno e Delúbio Soares. Mas estes motivam somente meia página.

A página para Zé Dirceu tem esse espaço padrão para a defesa, mas traz também entrevista de Fausto Macedo com José Luis Oliveira Lima

(VEJA ABAIXO, NA ÍNTEGRA.)




Por Fausto Macedo, no Estado de S.Paulo


José Dirceu de Oliveira e Silva, 66 anos, mineiro de Passa Quatro, advogado, vai "respeitar qualquer decisão" do Supremo Tribunal Federal no julgamento do mensalão. A informação é do criminalista José Luís Oliveira Lima, que defende o ex-ministro da Casa Civil, principal réu da ação penal 470, que trata do esquema de compra de votos no Congresso por apoio ao governo Lula.


José Dirceu de Oliveira e Silva, 66 anos, mineiro de Passa Quatro, advogado, vai "respeitar qualquer decisão" do Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento do mensalão.

A informação é do criminalista José Luís Oliveira Lima, que defende o ex-ministro chefe da Casa Civil no governo Lula, principal réu da ação penal 470, que trata do esquema de compra de votos no Congresso por apoio ao Palácio do Planalto.
O STF retoma hoje o julgamento de José Dirceu. Qual sua expectativa?
Esperamos que as provas mencionadas pela defesa sejam bem analisadas. Por exemplo, o tão falado episódio da viagem a Portugal foi exaustivamente comprovado nos autos que não guarda nenhuma relação com o ex-ministro José Dirceu, até mesmo como concluiu a própria CPMI dos Correios.
Os argumentos da defesa não foram acolhidos até aqui pela corte. A prova da acusação superou os argumentos da defesa?
O julgamento ainda não está concluído, portanto não há que se falar que os argumentos da acusação prevaleceram.
A tendência, entre ministros, é que José Dirceu deverá pegar no mínimo prisão em regime semi aberto, com pena superior a 4 anos. O ex-ministro vai se apresentar à Justiça?
O julgamento está em andamento e não cabe nesse momento essa análise. O ex-ministro José Dirceu respeitará qualquer decisão judicial.
O ministro Dias Toffoli deve votar? Como ex-companheiro de Dirceu no governo Lula e advogado em causas do PT não é desmoralizador ele participar do julgamento do mensalão?
Essa é uma decisão do ministro e não me cabe nenhum comentário. Importante registrar que a própria Procuradoria-Geral da República nada alegou contra a participação do ministro Toffoli no julgamento.
Juízes e procuradores que atuam na primeira instância estão empolgados com a vitória da tese do domínio do fato. Como o sr. avalia esse cenário?
Essa teoria, ao contrário do que se pode imaginar, não exime o Ministério Público de provar cabalmente o alegado, o que, no nosso entender, não ocorreu na ação penal 470, conforme admitiu o próprio procurador-geral da República ao afirmar que as provas eram tênues contra o ex-ministro José Dirceu.
O sr. entregou aos ministros, na semana passada, novo memorial onde ataca o voto do relator, Joaquim Barbosa. O ministro desprezou provas levantadas pela defesa?
O eminente relator tem uma visão diferente das provas produzidas pela defesa durante a ação penal 470. Ficou exaustivamente demonstrado e provado nos autos a improcedência da acusação. Entendemos que não apenas o Ministério Público não provou o que alegou, fizemos a contraprova, apresentamos dezenas de depoimentos, documentos e esclarecimentos que comprovam a inocência de José Dirceu. Registre-se, por exemplo, o depoimento da testemunha Plauto Gouvêa que garantiu que os empréstimos não foram discutidos entre José Dirceu e a direção do Banco Rural na reunião realizada no Hotel Ouro Minas.
Como o ex-ministro José Dirceu está acompanhando o julgamento?
Com serenidade.



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