quinta-feira, 21 de março de 2013

BBB: Um buraco numa rua qualquer. Regulamentação já



Dias atras rolou um vídeo no You Tube (santa internet) onde o "repórter" do BBB entrevista um senhor que fala que "não consegue assistir nem um minuto aquele programa".

O repórter, contrariado interrompe a entrevista alegando que pode-se "mudar de canal", que não se "pode culpar a janela pela vista".

Não quero nem falar sobre o modo intempestivo e deselegante do repórter que interrompeu a entrevista, nem sobre a censura que tal entrevista sofrerá pela emissora da família Marinho.

Isso nós já sabemos como funciona.

Tão pouco quero comentar sobre uma emissora que detém uma concessão pública como no caso, que  faz um programa de baixa qualidade, onde explora seres humanos como animais num zoológico. Apesar de isso ser relevante não é o "x" da questão.


A questão é a alegação do repórter.

Um simples "mudar de canal" não é a solução.

Uma concessionária de um bem público não pode alegar isso.

Vamos fazer uma comparação.

Há numa rua qualquer, de uma cidade, em um estado qualquer, um buraco.

Você pode até saber que ele existe e desvia dele quando passa na tal rua para evitar prejuízos materiais ou físicos  porém o fato de você saber a localização dele e "desviar" do buraco, não tira a responsabilidade de quem teria que tapa-lo.

Alem disso, outras pessoas que não sabem da existência do buraco podem ter prejuízos materiais ou físicos pelo fato dele continuar onde está.

Essa alusão ao um buraco numa rua qualquer, serve não só ao programa BBB, serve para toda a programação da televisão brasileira, de novelas aos programas chamados "pinga sangue".

Esses programas são como "o nosso buraco numa rua qualquer", pois eu posso até "desviar", mas e aqueles que não sabem da existência dele?

Eu "tenho a opção de mudar de canal", mas aqueles que não tem ou não sabem que podem fazê-lo? Seja porque gostam desses programas de baixa qualidade ou porque não tem o discernimento devido as décadas de alienação que o impedem de ver o quanto estas programações são alienantes?

Pra mim não se trata de opção,se trata de imposição.

 É insistir na alienação, na falta de compromisso com a população que assiste aos programas de baixa qualidade.

E isso tudo no uso de uma concessão pública.

Parece até que estou fazendo uma tese sobre um caso tão banal, uns podem até alegar que peguei um pequeno episódio corriqueiro e estou fazendo "tempestade em copo d'agua", mas uma reflexão sobre o caso se faz necessária.

Este singelo episódio, esta censura sofrida pelo senhor que falou umas verdades, a insistência de manter um programa que já mostrou até "estrupo ao vivo na TV", mostra como é importante o debate sobre a regulamentação da mídia.


Em tempo:

Tive que colocar o link do You Tube com a "entrevista censurada", pois na hora de postar o vídeo no blog deu a opção: "Nenhum vídeo encontrado".

Não sei o porque, mas desconfio.


Nenhum comentário:

Postar um comentário