São Paulo – O ex-presidente do PT José Genoino, que começa a ser julgado nesta semanapelo STF, afirmou a diretores do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC que o “ódio” move a cruzada da grande imprensa contra os réus da ação penal 470, chamada de processo do “mensalão”.
“É uma tortura de outro tipo. Somos reféns do ódio”, disse Genoino.
Ele ressaltou que está enfrentando o momento com “firmeza e serenidade”e que continuará lutando por seus ideais independentemente do resultado do julgamento. “A única coisa que eu tenho na vida é lutar”.
Os metalúrgicos estiveram na casa de Genoíno na quinta-feira passada (27).
O relato da visita foi publicado ontem (1º) no site do sindicato
Emocionado, o agora assessor especial do Ministério da Defesa lembrou de sua experiência no curso de formação do Sindicato, destacando a solidariedade da categoria.
“Quando vocês disseram ‘mexeu com o Lula,mexeu comigo’, vocês mudaram o curso da história do Brasil”,disse, referindo-se à crise de 2005.
Segundo Genoíno a união dos trabalhadores, naquele momento, foi determinante na defesa do governo Lula.
Contaminação
“Viemos aqui para prestar a nossa solidariedade ao companheiro Genoíno que sempre esteve ao lado dos metalúrgicos, em todas as greves, na Scania, naVolks, na Ford, na Mercedes. Ele sempre esteve ao lado dos trabalhadores”, disse Rafael Marques, vice-presidente da entidade.
Segundo o dirigente, a preocupação da diretoria do Sindicato também é com a tentativa de envolver o governo do presidente Lula e de influenciar os resultados das eleições nas cidades.
“Estamos vendo a contaminação do processo eleitoral por esse julgamento e preocupados com o fato de um ministro da mais alta corte usar de ironias para atacar o projeto político da classe trabalhadora e sua ideologia”, alertou Rafael, referindo-se aos argumentos e destemperos do relator Joaquim Barbosa durante o julgamento no STF.
Para ele, a redução da miséria e da desigualdade promovida no governo Lula, com projetos que melhoraram a distribuição de renda no país, está na origem dos ataques.
“Temos a sensação que estamos sendo julgados pelo que fizemos de bom para o Brasil”, concluiu.
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