O segundo, ao PCC e ao Comando
Vermelho. “Talvez tenha sido coincidência que tudo isso tenha ocorrido a apenas
seis dias das eleições.
Talvez”, diz a matéria. “Outra
possível coincidência, a edição do Jornal Nacional, que emendou a propaganda de
José Serra com o noticiário sangrento sobre o tema.”
O Brasil 247 também
publica, em primeira mão, a reportagem de Raimundo Rodrigues Pereira, um dos
mais consagrados jornalistas brasileiros e editor da Retrato do Brasil, sobre o
julgamento do mensalão.
Amparado em documentos, ele demonstra
que o desvio de R$ 73,8 milhões do Banco do Brasil, por meio da Visanet,
simplesmente não ocorreu.
PANORAMA
A cobertura dos votos de ontem tem alguns casos emblemáticos.
A cobertura dos votos de ontem tem alguns casos emblemáticos.
A capa do Correio Braziliense,
por exemplo. Ao lado da manchete, “Quadrilha do mensalão é condenada pelo STF”,
uma foto traz Joaquim Barbosa, Celso de Mello, Ayres Britto, Marco Aurélio
Mello e Gilmar Mendes.
Eles sorriem. Barbosa parece em
júbilo.
São apenas alguns instantes de
diferença para o fotógrafo.
Mas no Estadão os
ministros aparecem sisudos.
Na página interna Luiz Fux também
participa da roda. A Folha prefere foto de Zé Dirceu no
domingo, com militantes do movimento estudantil de 1968.
Na Folha, a manchete diz
que o STF condena “Dirceu e cúpula do PT” por formação de quadrilha.
No Estadão, “Dirceu e
Genoino”.
O Globo não fica contente só com o resumo e diz: “STF condena quadrilha e
agora só falta a pena”.
O Estadão publica ao
lado chamada para o texto de Zé Dirceu no blog. “Dirceu protesta”, aponta o
jornal.
A chamada também faz referência a
fala de Lula em comício, sobre ter entrado e saído “pela porta da frente”.
O jornal informa (em página interna,
com discrição) que a defesa entrará com recurso no próprio STF, valendo-se dos
quatro votos dados à absolvição, que permitem os embargos infringentes.
"Em face da maioria apertada que
reconheceu a existência da prática do crime de quadrilha, vou interpor, em
favor do ex-ministro José Dirceu, embargos infringentes", anunciou o
criminalista José Luís Oliveira Lima, que defende o ex-ministro.
"A defesa entende que, apesar do
entendimento diverso, ficou demonstrado de maneira cabal a total improcedência
da acusação de quadrilha contra o meu cliente", assinala Oliveira Lima.
"Dezenas de depoimentos e provas demonstraram a inocência de José Dirceu."
Outra chamada de capa na Folha é para
as colunas de Eliane Cantanhêde e Marcelo Coelho.
Inexpressiva durante todo o
julgamento, Cantanhêde agora diz que criminosos de colarinho-branco “estão
nivelados aos pobres, pretos e prostitutas.
Coelho destaca uma frase de Luiz Fux,
“Como não falar em quadrilha se o grupo agiu por mais de dois anos?”
O artigo de Carlos Heitor
Cony, abaixo da coluna de Cantanhêde, é menos comemorativo.
Ele define as decisões dos ministros
como supremas, “porque são soluções finais”. “Mas de tal forma o processo se
embananou que dificilmente teremos uma solução pacífica, embora inapelável”.
O Painel traz, ainda
na Folha, informação relevante sobre as penas, em duas notas. A
seção diz que o STF resolverá se houve concurso material ou formal e se houve
ou não crime continuado para fixar as penas dos réus.
- Se definirem que houve concurso
material, somam-se as penas, mas, caso decidam por concurso formal, só será
considerada a maior pena, com aumento de fração. Se concluírem que houve crime
continuado, as penas aplicadas também serão aumentadas.
O jornal destaca também, em abre de
página, que a defesa “vai tentar reduzir penas dos réus”. As fontes são
os advogados de Marcos Valério e José Genoino.
Ponto de atenção em O Globo:
a defesa de Valério, no memorial a ser entregue aos ministros, “diz que
Lula foi um dos protagonistas do mensalão”.
Um dos textos do Estadão diz
que Joaquim Barbosa calculará as penas com base no cargo ocupado.
Os repórteres repetem que Zé Dirceu
terá “tratamento mais severo”, e Genoino, “mais ameno”.
Merval Pereira, em O Globo, diz que a decisão de ontem “indicou que as
penas serão pesadas”.
Ainda no Estadão, os
professores Rafael Mafei e Oscar Vilhena, da
Direito FGV, estranham os votos em bloco dos ministros, ontem. “Chama atenção o
fato de os ministros terem apreciado essa imputação em forma de tudo ou nada”,
escrevem.
O jornal dá também destaque às falas – marcadamente
adjetivadas – do ministro Celso de Mello.
Em um texto sobre comemoração do resultado do julgamento
por opositores, vale observar qual o político escolhido para a foto: Ronaldo
Caiado.
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